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Foto do escritorBerlitz Comunicação

Aumento global de casos de Câncer de Próstata:necessidade de novos tratamentos e prevenção

Casos emblemáticos como o diagnóstico do Rei Charles III (75 anos) e a morte

de O.J. Simpson (76 anos) colocam em evidência a relação entre

envelhecimento e câncer de próstata. Mas a doença não está exclusivamente

ligada à idade.


Um estudo recente publicado na renomada revista The Lancet, intitulado

tendência preocupante: o aumento dos casos de câncer de próstata está ligado

ao envelhecimento da população, com uma incidência mais acentuada em

países de baixa e média renda.


De acordo com estatísticas apresentadas pela Globocan, o câncer de próstata

agora figura como o terceiro tipo mais comum diagnosticado entre os homens

em escala global, representando 7,3% de todos os cânceres. E os prognósticos

são sombrios: espera-se que os registros de novos casos da doença dobrem,

saltando de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões até 2040. No mesmo período,

os pesquisadores projetam um aumento alarmante de 85% nas mortes

relacionadas ao câncer de próstata, chegando a quase 700 mil casos anuais.


O câncer de pulmão foi o câncer diagnosticado com mais frequência em 2022,

responsável por quase 2,5 milhões de novos casos, ou um em cada oito

cânceres em todo o mundo (12,4% de todos os cânceres globalmente),

seguido pelos cânceres de mama feminina (11,6%), colorretal (9,6%), próstata

(7,3%) e estômago (4,9%). Os dados são de 2022 com base em estimativas

atualizadas da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) e

publicados pela American Cancer Society.


Embora o câncer de pulmão tenha sido o mais diagnosticado em 2022, com

quase 2,5 milhões de novos casos, o câncer de próstata continua a representar

uma parcela significativa da carga global da doença. No Brasil, de acordo com

o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o mais prevalente

entre os homens, sendo responsável por uma morte a cada 38 minutos.


Envelhecimento não é a única causa

Embora o envelhecimento seja um fator de risco conhecido para o câncer de

próstata, não é o único culpado. O estudo destaca que, embora os pacientes

mais velhos sejam predominantemente diagnosticados com a doença, homens

mais jovens, entre 20 e 49 anos, representam aproximadamente 5% dos casos.


Casos notáveis, como o diagnóstico do Rei Charles III (75 anos) e a recente

morte de O.J. Simpson (76 anos), diagnosticado com a doença em fevereiro

deste ano, colocam em evidência a relação entre envelhecimento e câncer de

próstata.


No entanto, é crucial entender que a doença não está exclusivamente ligada à

idade. Fatores genéticos, epigenéticos, estilo de vida e, principalmente,

diagnóstico tardio desempenham papéis significativos nas altas taxas de

letalidade.


Importância da Detecção Precoce e Prevenção

O diagnóstico tardio do câncer de próstata pode ser atribuído a vários fatores,

incluindo o desenvolvimento inicial silencioso e assintomático da doença. Por

isso, campanhas educativas contínuas são fundamentais para incentivar

exames preventivos regulares, incluindo avaliações da próstata por toque retal

e exames como o teste de Antígeno Prostático Específico (PSA).


Os exames preventivos são recomendados para homens a partir dos 50 anos

de idade, ou aos 45 anos para aqueles com histórico familiar da doença ou

pertencentes a grupos de risco, como afrodescendentes. É crucial estar atento

a sintomas como dificuldade para urinar, fluxo urinário fraco, micção frequente,

presença de sangue na urina ou no sêmen, entre outros.


Abordagens de Tratamento e Opções

O tratamento do câncer de próstata depende de vários fatores, incluindo o

estágio da doença e a preferência do paciente. Opções como cirurgia,

radioterapia e terapia hormonal são comuns, cada uma com seus próprios

benefícios e riscos.


Uma opção inovadora, conhecida como Hifu (High Intensity Focused

Ultrasound), tem sido adotada em diversos países, oferecendo um método

minimamente invasivo para tratar o câncer de próstata de baixo e médio risco.

Apesar de sua eficácia comprovada internacionalmente, o Hifu ainda não foi

aprovado no Brasil para inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS), mas é

adotada em diversos centros médicos e clínicas, principalmente nas regiões

Sul e Sudeste.


Realizado em diversos países, como França, Estados Unidos, Canadá e

Japão, o Hifu é uma das opções minimamente invasivas para o tratamento do

câncer de próstata. A técnica surgiu na Alemanha no início dos anos 90 e até

hoje já foram tratados mais de 100 mil homens em todo mundo.


O procedimento é usado no tratamento do câncer de próstata localizado,

primário (diagnóstico inicial) ou recidivado (após radioterapia, por exemplo),

concentrando os feixes de ultrassom em uma região ocupada por células

doentes. Há 2 formas principais de aplicação: a próstata completa (total) ou

apenas o tumor (parcial ou focal), o que evita que estruturas importantes

localizadas ao redor da próstata sejam atingidas pelas ondas ultrassônicas, o

que reduz drasticamente os efeitos colaterais.


Os índices de incontinência urinária são próximos a 0 a 2%, e disfunção erétil

em 5 a 7%, quando a aplicação é parcial ou focal. Quando total, o índice deste

último é próximo a 25%.


Promovendo um Estilo de Vida Saudável

Além dos exames regulares, adotar um estilo de vida saudável pode reduzir o

risco de desenvolver câncer de próstata e outras doenças. Praticar atividade

física regularmente, manter uma alimentação balanceada e evitar hábitos

prejudiciais, como fumar e consumir álcool excessivamente, são passos

importantes na prevenção do câncer de próstata e na promoção da saúde

geral.


Em última análise, a conscientização, a detecção precoce e o acesso a opções

de tratamento inovadoras são fundamentais para combater o crescente desafio

do câncer de próstata em escala global. Uma vez detectado, existem

ferramentas e experiências solidamente adquiridas para tratar bem e com

mínimos efeitos colaterais.


Imagens para divulgação










Crédito da foto: Thinkstock/VEJA/VEJA


Artigo publicado originalmente em Veja.com

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